terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Jair.



Jair olhou pela janela da sala já sem muitas pretensões de vê-la passar. Havia horas que ela passara apressada, arrancando-lhe um suspiro profundo que chegava a doer parte do peito.

Será que um dia ela notaria? Quase todo dia aqueles passos apressados nutriam sua obsessão.

O nome dela começava com A. Devia ser Ana, Aline... Não, era Ana. Ela tinha cara de Ana! E aquele andar... ai aquele andar. Era Ana.

Um dia quase teve coragem de descer, cruzar o caminho e perguntar as horas. Ia ter que fazer cara de apressado, afinal quem faz esse tipo de pergunta logo de manha? Não, não, isso já era demais.

Restava então imaginar. A idade, os gostos, o cheiro...

Será que ela sempre tinha pressa? Será que essa pressa toda era para encontrar alguém? E agora? E agora meu Deus? Não pode ser... Claro, como eu sou burro! Uma mulher dessas deve ser disputada.... ahhh mas se ela fosse minha.

Vou ficar aqui! Até ela passar, até ela me ver!

Mas se ela me ver? Ela vai gostar? Porque gostaria?

Acendeu um cigarro e seu coração esmoreceu. O desânimo da realidade o emputeceu!

Quer saber? Dane-se essa merda! Não adianta, a vida não é como nos livros! Vou voltar a escrever...



E ela já sem pressa passou e olhou para a janela vazia...

3 comentários:

Joyce Pfrimer disse...

" ela tem cara de ana", duvido q se fosse o contrário ela diria q ele tem cara de "Jair"!

=P

Cachorro de 3 pernas disse...

Por que não Anna? Humpf!

Anônimo disse...

É como disse o poeta... "A vida é a arte do encontro, embora haja muitos desencontros pela vida".

Mas, me diz uma coisa; o cara tinha que ser escritor???!?!!! rs